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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

No rastro de Lorca - até 14 de outubro.


No rastro de Lorca Peça com direção de Cida Falabella revela a história do poeta sem esconder suas fragilidades. Janaina Cunha Melo EM Cultura Guto Muniz/Divulgação.
Itinerário Lorca estréia no domingo, no Teatro João Ceschiatti do Palácio das Artes Itinerário Lorca recria a biografia de um poeta das artes. O trabalho, que estréia domingo, no Teatro João Ceschiatti do Palácio das Artes, tem direção de Cida Falabella, e reúne elementos de vida e obra do autor de clássicos como A casa de Bernarda Alba. A peça é uma realização do projeto Comboio encena e tem elenco composto por Gláucia Vandeveld, Leri Faria, Iara Fernandez, Davi Dolpi, Juliana Barreto, Danilo Curtiss, Aline Lima e Marcelo Borges, artistas de diferentes grupos mineiros que aceitaram o desafio de “humanizar” a história de um mito da literatura cênica. Essa não é a primeira experiência de Cida com a obra de Lorca. Ela, que já dirigiu formandos do curso de teatro do Centro de Formação Artística do Palácio das Artes em Bodas de sangue, optou desta vez por não escolher texto específico. A peça, não-linear, aposta na pesquisa e apresenta a relação entre a trajetória do dramaturgo e seus feitos nas artes, incluindo as preocupações do espanhol em fazer o teatro chegar a público amplo, sem restrição social. “Apesar de muito elaborados, seus textos mostram como ele queria se fazer entender pelas pessoas mais simples. Ele também era conferencista, ministrava palestras sobre teatro como um educador”, lembra a diretora. Todas essas referências estão em Itinerário Lorca, espetáculo em três eixos: há cenas inspiradas em fatos, a partir de relatos extraídos de livros, biografias e cartas; a recriação do Grupo La Barraca; e o plano místico, que relembra personagens como a Lua, o Mendigo e o Cão. Cida Falabella adianta que a narrativa alterna esses registros, até instalar ambiente para o entendimento da obra do autor. Como o trabalho foi realizado em processo de criação coletiva, a diretora conta que seu maior desafio, durante a montagem, foi estabelecer conexões entre as cenas, até chegar à forma final. Poeta, dramaturgo, desenhista, músico e artista crítico, desperto para as necessidades de seu tempo, o espanhol Federico Garcia Lorca foi cidadão de muitas faces. Essa é a história que interessa ao grupo, nesta participação no Comboio Encena. Cida Falabella considera que muitos foram os motivos que fizeram de Lorca um mito, sobretudo a capacidade de exercer a arte em sua plenitude. “Preocupamos em levar essa montagem a um caminho que revele a história desse poeta, sem esconder seus medos e fragilidades”, reforça a diretora. ITINERÁRIO LORCA – COMBOIO ENCENA - Teatro João Ceschiatti do Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Estréia domingo, às 19h. Fica em cartaz até 14 de outubro, de quinta a sábado, às 20h; domingo, às 19h. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada). Classificação: 12 anos. Garcia Lorca no teatro • Assim que passarem cinco anos – A lenda do tempo (1931) • Retábulo de Don Cristóvão e D.Rosita (1931) • Don Pirlimpimpin e Belina em seu jardim (1926) • Mariana Pineda (1925) • Dona Rosinha, a solteira (1927) (1935) (1934) • Quimera (1930) (1936)

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